Vivendo a pandemia

É preciso levar com seriedade

Luciana Gastal destaca a adesão dos portugueses aos decretos do governo na prevenção ao coronavírus

Divulgação -

A Europa sofre diariamente com o coronavírus. A cada dia que passa, centenas de mortes são registradas e outros milhares de casos são confirmados. Espanha e Itália são os países que mais concentram casos da pandemia, que já registra milhares de mortos em ambos estados. Ao observar a situação de emergência que os outros países europeus vivem, principalmente a vizinha Espanha, Portugal se antecipou e vive há cerca de um mês sob um decreto de emergência que prevê a proibição das atividades comerciais em território luso.

O país registra 12.442 casos confirmados e 345 mortes. A vizinha Espanha já confirmou mais de 13 mil mortos pela doença, o que fez com que o Executivo português endurecesse ainda mais o decreto de emergência. Em razão da chegada da Páscoa, data muito comemorada pela população, o presidente Marcelo Sousa renovou o decreto de emergência, com novas prerrogativas. Entre as medidas, sair de casa somente quando for necessário permanece como a principal determinação. O objetivo do mandatário é evitar que aconteçam aglomerações e deslocamentos de portugueses pelo país, que utilizam a data para reencontrar a família, além da chegada de turistas para as celebrações.

Quem sente os reflexos é a pelotense Luciana Gastal. Residente no país desde 2011, ela mora sozinha na capital Lisboa. No entanto, durante a pandemia, está alojada na casa da cunhada, no município de Igrejinha, próximo à capital. Luciana trabalha no ramo turístico, principal setor da economia nacional, e sente diretamente os impactos das restrições. "Eu trabalho com um restaurante, que está fechado em razão das determinações do governo. Ainda trabalho em aplicativo de aluguel de imóveis e todas as reservas feitas até julho, que é a nossa mais alta temporada, foram canceladas", afirma. Mesmo com o cancelamento das reservas, ela elogia a reação dos portugueses diante da crise. "O povo entendeu a gravidade da situação. Estamos do lado da Espanha, não tem como ignorar essa realidade e não ver o que está acontecendo. Lisboa está fechada e os portugueses têm seguido à risca e se organizado para viver este período. Não é por acaso que estamos há três dias vendo o número de casos diminuir no país" destacou.

Para minimizar os efeitos da crise, o governo português auxilia empresas que estão em dia com os pagamentos de impostos. Luciana atende aos pré-requisitos estabelecidos pela "Lay off", que é a medida que prevê este auxílio do governo, e tem tido parte de sua remuneração paga pelo estado português. O poder público se responsabiliza com 70% do salário dos funcionários das instituições que aderem a esta lei, que ainda tem como pré-requisito o não funcionamento do estabelecimento. "O governo paga 70% do valor do salário e o empregador fica responsável por 30%, justamente com esse objetivo de equilibrar as contas", explica. Segundo a brasileira, a economia portuguesa recém havia se recuperado de uma crise e voltou para este contexto com a chegada do vírus. No entanto, ela afirma que todos compreenderam a urgência da situação e a necessidade de rígidos decretos.

Luciana, que tem familiares em Pelotas, Curitiba e nos Estados Unidos, destaca justamente a diferença no modo como os países têm enxergado a questão do coronavírus. Ela relata que os sobrinhos, que estão com ela em Igrejinha, realizam as atividades escolares a distância, com aulas on-line. Em constante diálogo com o irmão Paulo Gastal Neto, radialista da Rádio Universidade, que mora em Pelotas, ela se surpreende com a forma como os brasileiros enfrentam a pandemia. "Acho que ainda falta uma consciência ao Brasil do tamanho do problema. Antes que fosse registrado o problema, eu já avisava ao meu irmão e aos meus sobrinhos que lavassem as mãos e se cuidassem porque, quando chegasse ao país, não seria brincadeira e precisaria ser encarado de uma maneira muito séria", lembra.

 

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Os impactos da pandemia no transporte Anterior

Os impactos da pandemia no transporte

UFPel realiza mapeamento da população de risco para o Covid-19 Próximo

UFPel realiza mapeamento da população de risco para o Covid-19

Deixe seu comentário